O relato em primeira pessoa da primeira Guerra do Golfo possui um cunho pouco politizado e que, assim como The Deer Hunter, busca reiterar os efeitos da guerra nos soldados pela visão iludida dos mesmo - mantendo a estética simplista de Mendes.
Não só é um filme necessário mas, também, uma obra de arte que tende a agradar apenas um público mais apurado e específico. Até porquê Jarhead não é um filme simples sobre a guerra. A chave para um filme sobre guerra é como ela termina, e se o indivíduo no centro do filme é retirado do campo de batalha ileso e são, se sua família e vida doméstica antes e depois não são proeminentes no filme, o filme acaba se diminuindo para uma obra que diz algo romantizado sobre a guerra e se torna uma história mais simples de crescimento, de perigo superado. E, nitidamente, não é isso que ocorre em Jarhead. Aqui não temos um final feliz no qual o protagonista volta bem, mentalmente e fisicamente, para casa, com sua família o esperando de braços abertos para que voltem a viver como se nada tivesse acontecido. Aqui, o protagonista carrega consigo a fadiga causada pela guerra e o descaso daqueles que ele julgava estarem o esperando. No fim, ele termina da forma mais real possível: sem nada.
Nota: 10/10